Ter a compreensão de que ser militante é preciso, me faz ver o mundo de outra forma...

É um prazer receber sua visita em meu blogg. Desejo uma boa leitura. Participe das enquetes e comentários para cada texto, e contribua na divulgação indicando este blogg a seus amigos.

"Não nego a necessidade objetiva do estímulo material, mas sou contrário a utilizá-lo como alavanca impulsora fundamental. Porque então ela termina por impor sua própria força às relações entre os homens." Chê

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Renata Mielli: o jornalista cozinheiro e o fim do diploma

Nesta quarta-feira (18), o Supremo Tribunal Federal acabou com a obrigatoriedade do diploma para o exercício da profissão de jornalista. Sob o argumento da liberdade de expressão, o STF pela segunda vez este ano assume o papel do legislador no campo da comunicação e cria mais um vácuo normativo nesta área. A primeira situação a que me refiro foi o julgamento da inconstitucionalidade da Lei de Imprensa.

Por Renata Mielli, no blog Janela sobre a Palavra

Em seu voto, Gilmar Mendes faz a lamentável comparação entre a atividade do jornalista e a do cozinheiro: “Um excelente chef de cozinha certamente poderá ser formado numa faculdade de culinária, o que não legitima o Estado a exigir que toda e qualquer refeição seja feita por profissional registrado mediante diploma de curso superior nessa área”, afirma.

Jornalismo não é conversa familiar, não é troca de ideias em volta de uma mesa farta de quitutes. É informação em massa, é mediação de temas delicados, é poder. Nada tem haver com culinária.

O jornalista não segue [ou pelo menos não deveria seguir] receitas para a construção de um texto — apesar de atualmente os cursos de jornalismo ensinarem a receita em boa parte responsável pelo empobrecimento do jornalismo — o que, quem quando, onde, e por que. Não sou ferrenha defensora do diploma de jornalista, mas acho que alguma formação complementar deveria haver para quem se aventurar a seguir essa profissão.

Contudo, sou absolutamente militante da necessidade de haver uma regulamentação para o exercício da profissão e de regras que orientem toda a atividade de comunicação.

Com o fim do diploma e sem outra normas que regulem a atividade profissional, quais os critérios que serão utilizados para a contratação de jornalistas? Sem regras estabelecidas, qualquer um poderá se habilitar à função, a decisão caberá somente ao contratante. Mas, ao contrário do que advoga o STF, ser jornalista requer habilidades e certa formação específica e não apenas conhecimentos e cultura geral. Estes são, sim, importantes, mas também o são noções de teoria de comunicação e ética, por exemplo.

Liberdade de empresa

Outro aspecto a ser analisado é a quem interessa o fim do diploma e a ausência de normas: a população? Não acredito. Em nada a população será beneficiada por esta medida. A exigência do diploma jamais foi contraditória com a liberdade de expressão.

Os jornais, revistas, rádio, televisão e agora a internet nunca deixaram de dar voz a não jornalistas, que o fazem através de artigos, colunas e entrevistas. Cada qual sempre teve seu espaço reservado nos veículos. O jornalista responde pelo conteúdo noticioso, os não jornalistas pelo conteúdo opinativo.

A falta de regulamentação para o exercício do jornalismo interessa sim aos donos dos veículos de comunicação, que poderão exercer maior pressão sobre seus empregados, baixar salários, ampliar a rotatividade de trabalhadores, precarizar as relações de trabalho e ampliar ainda mais o seu poder de intervenção sobre o que é noticiado em seus veículos.

Deixar o exercício da profissão e a atividade de comunicação sem regulamentação é uma arbitrariedade que nada tem haver com a liberdade de expressão, mas tão somente com a liberdade de empresa. Onde não há regras impera a lei do mais forte e conferir ainda mais força aos impérios midiáticos e algo muito temeroso para a democracia.

No momento em que a sociedade se mobiliza para a 1ª Conferência de Comunicação, que acontecerá em dezembro, este passa a ser um dos temas obrigatórios da pauta dos debates.

FONTE: WWW.VERMELHO.ORG.BR

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Palestina, livre!


E eis que aí está o 29 de novembro. Dia triste, hora da catástrofe. Quem é mais velho, lembra. Na mesma hora em que Fátima colhia azeitonas no seu quintal e Rachid tomava seu chá de maravia à sombra do alpendre, bem longe de sua terra - num lugar onde só entram os vencedores - decidiam os seus destinos e o de todo povo palestino.

Havia acabado a guerra, guerra feia, dura, grotesca e cruel. Nela, o governo alemão tinha promovido o massacre do povo judeu, dos ciganos e de outras gentes que apreciam como “diferentes”. Os judeus foram os mais atingidos, em função do grande número. Foi um holocausto. Por conta disso, no fim da guerra, os Estados Unidos decidiram que haviam de dar uma terra para os judeus.

Foi assim, que numa reunião da Organização das Nações Unidas, que àquela época contava com 57 países, decidiu-se entregar 56% do território palestino para a formação do Estado de Israel. O argumento era de que lá não havia povo, portanto, estava livre para ser ocupado. Não era verdade. Ali viviam milhares de seres, tal qual Fátima e Rachid. Numa sessão dirigida pelo brasileiro Osvaldo Aranha – qualificado por Alfredo Braga como um desonesto - 25 países votaram pelo sim, 13 foram contra e 17 se abstiveram. Contam os historiadores que, naqueles dias que antecederam a votação – que foi bastante tumultuada – diplomatas receberam cheques em branco, outros foram ameaçados e as mulheres dos políticos receberam casacos de vison. Portanto, assim nasceu Israel.

Mas, tão logo se instalou, o governo israelense abocanhou, na força, 78% do território. E o Estado da Palestina nunca foi criado. Em 1967, Israel, também com a força dos canhões, expandiu ainda mais o território, massacrando milhares de famílias palestinas. Nenhum país se levantou contra isso. A solidariedade foi sempre das gentes, dos grupos de lutadores sociais, dos oprimidos, dos desvalidos.

Na televisão os palestinos aparecem como os terroristas, os assassinos, os ferozes homens-bomba. Poucos falam da promessa não cumprida, da invasão do território, dos massacres sistemáticos e recorrentes. Hoje, o povo palestino vive confinado em espécie de campos de concentração, cercados por muros gigantes, impedidos às vezes até de ver seus parentes que moram em outros pontos do território. São prisioneiros em suas próprias casas.

É por isso que o dia 29 virou o Dia Internacional de Solidariedade ao Povo Palestino. Porque isso precisa parar. A gente palestina quer o direito de ter seu país, quer o direito de voltar para casa, assim como, um dia, os judeus também voltaram. O povo palestino quer paz, quer colher suas azeitonas, tomar o seu chá de maravia, casar os seus filhos, descansar no alpendre. É hora! É chegado o momento! Que as vozes se levantem e que a solidariedade se faça concreta.

Viva o povo palestino. Viva a Palestina livre!


Por Elaine Tavares
Jornalista

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Globo ataca novamente!

No dia 16 de dezembro no programa do Fantástico da TV Globo, foi exibida uma reportagem ofensiva ao povo brasileiro e suas instituições. O quadro chamado de Central de Boatos teve como título naquele domingo: “Devemos temer a Venezuela?”. Assisti com muita admiração por tantas besteiras ditas.

Além de ofender as forças armadas do Brasil ao compararem nossas forças militares a cachorros de rua, vira-latas, e com pessoas que nem sequer entendia o que se passava direito na conjuntura latino-americana, tive que assistir a vários ataques às instituições brasileiras e insinuações mentirosas apenas para desqualificar o governo popular do presidente Lula, e incitar o povo contra nossos vizinhos. Tiveram a idéia na matéria de propor a construção de um muro para “proteger” o Brasil da Venezuela. Já vimos isso acontecer em várias partes no mundo e sabemos que isso não dá certo.


Vivemos num momento especial em nosso continente. Momento este em que as forças populares chegam ao poder democraticamente. A direita que tem PHD em “golpes” contra o povo, tenta indiscutivelmente colocar na cabeça do brasileiro que devemos temer a Venezuela, a Bolívia, ou Cuba. Falam em artimanhas da esquerda pra isso ou pra aquilo, mas quem detêm o título nesse seguimento é historicamente a direita.


A Rede Globo de Televisão, instrumento mais forte da direita, esculachou os países citados acima em seu programa naquele domingo. Mostram os refugiados de Cuba, mas não dizem que o povo cubano passa necessidades por causa do bloqueio econômico imposto pelos Estados Unidos. País este que não mede esforços pra manter o poder econômico mundial, mesmo que tenha que invadir países, apoiar golpes de estado, interferir na soberania nacional de paises na América Latina e do mundo. Os EUA também contribuem e muito com a emissão de gases poluentes jogados na atmosfera e não aceitam entrar em acordos para proteger o planeta de uma catástrofe mundial por causa da poluição, como é o caso do Protocolo de Kioto. Isso a Globo não coloca na telinha!


A Globo foi tão ofensiva à inteligência do brasileiro, que tenta amedrontar todos os dias, com sutis matérias, textos e opiniões que devemos ter medo de uma invasão venezuelana. Isso é impossível de acontecer, até porque somos países irmãos, somos parceiros em muitos projetos, temos em comum a história do povo sendo escravizada durante séculos, com mandos e desmandos de meros “papagaios” latino-americanos que apenas repetem o que em Washington decide. Já vimos isto acontecer como o Projeto Côndor da CIA, que deflagrou vários golpes de estado e assassinatos de líderes de esquerda na América Latina e quando o Golpe Militar foi apoiado de uma direita fascista financiada pelos Estados Unidos.


O presidente venezuelano Hugo Chaves quando esteve no Brasil no ano passado, mostrou no meio de um discurso que o inimigo nº 1 do povo brasileiro se chama a instituição Globo, com seus jornais, revistas, rádios e TV’s que atacam sem escrúpulo algum o governo popular, marginaliza os movimentos sociais e satiriza países vizinhos na tentativa de fazer a cabeça do povo. Pesquisas sérias realizadas no Brasil sobre a diminuição da pobreza, inserção na classe média, a valorização do salário mínimo que aumenta o poder de compra dos brasileiros, todas elas demonstram um aumento da qualidade de vida no Brasil, e a Rede Globo sempre tem um “mas” pra isso ou pra aquilo tentando minimizar as conquistas do povo. O Hugo Chaves, que não está aqui no Brasil o tempo todo já enxergou isso, então porque o povo não enxerga as verdadeiras intenções da direita associada ao seu braço de ferro que é a Rede Globo? A resposta é clara, simples como 2 + 2 é 4, nós que temos esta visão não podemos nos acomodar. Precisamos escancarar a ditadura de pensamento que tentam imprimir no povo. Só conseguiremos a vitória final quando deixarmos os grilhões que nos prendem ao comodismo, da falta de indignação que é a falta de justiça social, de educação, cultura e lazer para o povo. Quando alcançarmos estes objetivos, a vitória não será minha, do meu partido, do político ou do governo, mas de toda a nação brasileira.


Sou brasileiro, e como diz o dito popular, não desisto nunca. Somos filhos desta nação chamada Brasil. Filhos que não fogem da luta, mas que entendem que nosso valor é forjado a cada batalha.

Dentre tantas outras nações, és tu Brasil, a minha pátria amada.


Vamos à luta sempre, porque a vitória é certa!


Vanderson Rodermel

Diretor de Cultura da União Catarinense dos Estudantes

terça-feira, 18 de setembro de 2007

O direito de resposta me confere....

Resposta ao artigo publicado no site: http://www.amanda.fm.br/modulos/opiniao.php?chave=1947, do dia 10/09/2007. Publicado às 09:54:23 horas, intitulado “ Juízo Diretório Acadêmico da Unidavi. Juízo”, escrito pelo jornalista Edison de Andrade.

Recebi um telefonema na noite do dia 17 de setembro, de uma liderança do movimento estudantil na Unidavi, universidade na cidade de Rio do Sul, Santa Catarina, em que me formei em jornalismo e atualmente curso direito. Essa liderança me indicava um um texto exposto publicamente na internet. Texto este que tecia críticas às ações, e até mesmo questionando a honestidade de líderes estudantis na luta por uma universidade e um país melhor. Fiquei surpreso pelas palavras utilizadas, e indignado pela prepotência de alguém se achar o “sabe tudo”, por apenas utilizar algumas palavras que a maioria do povo não conhece. Isso pra mim é resquício de épocas atrasadas e de que somente a elite burguesa tem saudade.
Primeiramente é importante esclarecer o primeiro erro do Sr. Edison de Andrade, quando ele pede juízo ao “Diretório Acadêmico da Unidavi”. Está completamente equivocado. Primeiramente porque não é “Diretório Acadêmico”. Só para esclarecer, na Unidavi não existe os DA’s – Diretórios Acadêmicos, e mesmo que existisse, o DA não é da Unidavi. O que existe é o Diretório Central dos Estudantes, que não representa reitor, professor ou curso, mas representa o estudante. Por isso em sua nomenclatura está escrito “dos Estudantes”. É uma pena uma pessoa, que não é mero estudante, é jornalista formado, e agora cursando Psicologia, não conheça as siglas do movimento estudantil e muito menos a entidade que o representa. Se não conhece, não é por falta de tempo, porque o DCE está aberto nos três períodos do dia, e um reflexo disto é que muitos estudantes na Unidavi conhecem e utilizam o DCE em seu dia-a-dia na universidade. Vale ressaltar aqui que só conhecem o DCE àqueles que dele precisam. O DCE é um espaço garantido por lei e possui plena autonomia da universidade, mesmo estando dentro dela.
Vou-me utilizar ispis literis de algumas partes do texto que tanto me surpreenderam, apresentando-as entre àspas.
“identidade e nome. Essas listas servem para 'reivindicar' 'lá encima' supostos 'benefícios' para os estudantes. E os acadêmicos continuam assinando esses papéis cuja finalidade pode ser para tudo, inclusive nada. É um perigo muito grande, atenção.”
Perigo grande mesmo são pessoas com “tanta experiência de vida e inteligência” escreverem tamanha asneira. Sempre que é necessário algum tipo de abaixo-assinado para conquistar direitos, ou para reivindicar a prática desses direitos, os líderes estudantis explanam em sala de aula a finalidade, o por que, os prazos, e pra onde irão as listagens. Sempre que passar alguma lista pra que os estudantes assinem, deverá constar em todas as folhas um cabeçalho que explique o motivo do abaixo-assinado. Estes são subsídios suficientes pra que, um estudante que tenha um mínimo de percepção das injustiças sociais cometidas por séculos de exploração, possa participar do movimento. A exploração que eu digo são épocas em que os “dominadores”, nestes períodos, defendiam o acesso à educação apenas da elite burguesa. Perigo é ter pessoas com real poder em mãos e nada fazerem pra que mais pessoas tenham um senso mais crítico da sociedade, para que assim, possam contribuir na construção de uma nova sociedade, mais justa e igualitária.
“Os acadêmicos da Unidavi são manipulados em algumas vezes de forma pueril, quase adolescente, pelas lideranças do Diretório Central dos Estudantes. Nem sabem por que são assim tratados e nem se interessam em questionar por quais motivos são assim operados à distância por lideranças estranhas ao meio estudantil ou - se do próprio meio - com finalidades em nada importantes para trazer reais benefícios aos estudantes.”
Nesse ponto fico especialmente chateado, pois sou oriundo dos bancos universitários da Unidavi, um líder estudantil forjado nas dificuldades enfrentadas na universidade, mas também períodos de muitas conquistas. Os alunos me conhecem, me vêem pelos corredores, ou nas manifestações promovidas pela DCE. Então por que falar sobre lideranças estranhas para os estudantes ou para o próprio meio?? Talvez no meio ao qual as lutas e conquistas não abalem seus integrantes, que importando ou não, possuem meios financeiros pra pagar suas mensalidades todos os meses e garantir sua permanência no ensino superior..
Reitero aqui, que as pessoas que precisam do DCE sempre estão presentes, que podemos sempre contar com elas, respeitando, é claro, a peculiaridade de cada um. Quem se importa, participa das reuniões chamadas pelo DCE, participa ativamente das mobilizações e debates. Nenhuma conquista do povo brasileiro foi conquistada de braços cruzados. Sempre houve mobilização, sempre houve alguém que começasse a puxar as palavras de ordem nas manifestações. Precisamos é de mais pessoas pró-ativas e não reativas nas universidades brasileiras. Precisamos de pessoas que não se acomodem como meros expectadores das mudanças, mas que estejam dispostas a serem protagonistas.
“No momento é de chamar a Polícia o 'trote' que está sendo dado na maioria dos universitários. Eles são convidados a ir ao DCE para assinar folhas em branco contendo identidade e nome. Essas folhas podem servir para qualquer finalidade, desde as mais sutis e relevantes até às mais escabrosas e malandras. Servem para tudo ou para nada. Os estudantes continuam assinando as tais folhas que após, são encaminhadas a Florianópolis, Brasília ou lugar algum, com o objetivo de formular reivindicações, supostamente para mexer no tal artigo 171( não no 170). Ninguém sabe se de fato é para essa finalidade ou se é para motivar mudanças constitucionais para cuja autorização é preciso um volumoso número de assinaturas, 'abaixo-assinadas'. A coluna tem uma versão; aqui a idéia é vendida como assinaturas destinadas a mudar o artigo 171, quando, então, não seria mais necessário fazer 'de vez em quando uma declaração de miserabilidade para ganhar bolsa de estudos'. Mas nada impede, lá adiante, que essa volumosa quantidade de listas assinadas em branco seja usada para pedir a reestatização da Vale do Rio Doce, cujo debate até já foi feito em locais especialmente cedidos pela Unidavi. Um dos debates mais pobres, mais ocos e desnecessários jamais feitos.”
Sobre esse parágrafo quero me ater à algumas palavras: Trote, folhas em branco, escabrosas e malandras. Se prestarem atenção às entrelinhas, soa como acusação. Pífia, mas acusação! Me direciono a uma premissa do direito que diz: “o Ônus da prova cabe a quem acusa”.
Esse nobre jornalista misturou muita informação, e não explicou. Apenas confundiu quem por ventura não conhece a história, uma tremenda miscelânea. Está na hora do jornalismo ser encarado com seriedade nesse país, a começar pelos jornalistas que não se utilizam da mais básica premissa na academia antes de publicar um texto: “procurar fontes que confirmem o texto”, porque isso até facilita a não receber futuramente um processo judicial por falar besteiras sem embasamento.
Sobre o artigo 171, não tem nada haver com Brasília, até porque o referido artigo é da Constituição do Estado, que por acaso ainda não está aprovado na Assembléia Legislativa. Para tanto, é preciso explicar que na Alesc existem alguns projetos complementares para o referido artigo. Artigo este que prevê mais verbas pra bolsas de estudo e de pesquisa, que obriga as universidades a se encaixarem em pré-requisitos, como desenvolvimento do ensino, pesquisa e extensão, livre organização estudantil, democracia nos conselhos deliberativos e na eleição para seus dirigentes, para que assim, estejam aptas a receberem tal verba. Não foi recolhida nenhuma assinatura dos estudantes na Unidavi, do Sistema Acafe ou da Ampesc, para modificar algo que nem foi aprovado. O que foi feito nas salas foi um convite aos acadêmicos a participarem da Audiência Pública na Assembléia Legislativa em Florianópolis pra que os mesmos ficassem mais à par, ou até mesmo contribuíssem na construção deste projeto.
No que tange a Vale do Rio Doce, foi feito um debate na Universidade sobre o plebiscito popular que iria acontecer no início de setembro para o cancelamento do leilão que privatizou a Vale. Debate este, pobre, oco e desnecessário, como cita em seu texto. O jornalista deveria saber que num debate para ser caracterizado como tal é preciso ter participação nas falas, caso contrário, seria uma mera palestra. Se o debate foi realmente assim, talvez o problema estivesse com quem assistiu calado o debate, pois os debatedores estavam preparados pra qualquer pergunta. As assinaturas recolhidas em prol do plebiscito, não foram recolhidas apenas na Unidavi, ou em Rio do Sul, mas no Brasil inteiro, e vale dizer que estas assinaturas eram recolhidas em folhas não em branco, mas com cabeçalho que demonstrava para que finalidade serviria as ditas assinaturas. Sem falar é claro nas 04 (quatro) perguntas que os acadêmicos pessoas responderam, para depois votar, o que ninguém era obrigado a fazer. Dizer que esse tema é desnecessário, é a mesma coisa que dizer que o maior roubo de patrimônio público que o povo sofreu, com a doação por R$3,4bi de uma empresa que foi avaliada na época em R$92bi, é realmente utilizar o mesmo discurso da direita que só queria privatizar o Brasil
“O DCE não pode continuar a fazer esse trote nos estudantes. Não deve continuar a assim agir ou se essa providência prosseguir, tem que pagar o preço caro da entrada da Polícia Federal nesse engodo cheio de notório cheiro eleitoral típico do sub-mundo manipulado dos estudantes, quase sempre ausentes da sala de aula e pouco preocupados com o nível de seu aprendizado(decorrente da contumaz ausência a aulas expostivas).”
Sobre o trote, penso eu já ter contemplado este questionamento infeliz.
“Típico sub-mundo manipulado dos estudantes” – É engraçado como algumas pessoas se acham superiores vivendo num "sob-mundo amplamente autônomo". Essas criticas pra tentar desqualificar e até mesmo criminalizar um movimento social, como é o caso do movimento estudantil, sempre foi o passa-tempo de setores reacionários da sociedade elitista burguesa que retêm muito poder e influência nos meios de comunicação. Não digo aqui de meios de comunicação pequenos, do interior, mas dos grandes meios. Os quais influenciam com suas mentiras as pequenas mídias, que em sua mediocridade não percebem que são manipuladas, e não passam de grandes papagaios que regurgitam besteiras da grande mídia. E se acham os intelectuais.
Sobre os estudantes fora de sala de aula, realmente é um problema que é enfrentado no movimento estudantil no Brasil. Jovens que assumem a responsabilidade de estar à frente do ME, geralmente não conseguem acompanhar 100% das aulas, até porque compreendem que para grandes conquistas são necessários grandes sacrifícios. Não se importam em perder aula, porque sabem e compreendem que o motivo de suas lutas diárias está embasado no desejo de ver uma universidade melhor, mesmo que perca aulas importantes, ou até provas, mas que o resultado equivale ao esforço, pois tem ajudado muitos estudantes. O militante de verdade do movimento estudantil esquece de sua particularidade e começa a viver em prol da coletividade. Difícil entender isso não é? No meio de um sistema posto para as pessoas, em que pra serem respeitadas, serem alguém na vida, é preciso ter dinheiro, poder, bens, e sempre estar em competição um contra o outro, fica difícil entender mesmo. Esse é o capitalismo, chamado por muitos de selvagem, porque instiga no ser humano os mais podres sentimentos na busca de status, passando por cima da coletividade em prol do indivíduo. Pensamentos como estes de tentar desqualificar lideranças estudantis pelo simples fato de perdem aula pensando no coletivo, é, como já falei, tipicamente um reflexo dos setores reacionários da sociedade, que em determinada época, especificamente em 1964, no Brasil apoiaram um golpe. Enquanto estudantes eram torturados pelo Regime Militar, outros mortos e seus corpos desaparecidos até os dias de hoje, por simplesmente lutar pela liberdade e democracia, o que o Sr. Edison de Andrade estava fazendo? Lutando pela democracia e liberdade? Lutando pelo melhor da coletividade? Demonstrando publicamente sua indignação pelo Golpe Militar? Ou ao invés de Golpe, se referia à Revolução Militar?
A única coisa que sei, é que mesmo sofrendo ataques dos mais vis, tendo uma mídia manipuladora criminalizando os movimentos sociais, setores reacionários em seu “sob-mundo amplamente autônomo”, que atrasam a vida do povo, que cria uma lacuna dividindo os pobres dos ricos, que exclui cada vez mais o povo das decisões, não são os nossos principais oponentes. Nosso principal oponente, digo isto embasando em minha experiência como líder do movimento estudantil, é a NEGAÇÃO. A negação de que existe racismo, a negação de que existe preconceito, de que existe machismo na sociedade, a negação de que existe exclusão social no Brasil, de que o povo precisa de mais oportunidades, de que os mais carentes precisam de pessoas que lutem por eles, porque não sabem por onde começar e o que fazer. A negação do “EU”, para que o “NÓS” possa vir à tona e não mais sobreviver, mas enfim, viver.
E para finalizar este desabafo, quero fechar com uma frase conhecida por todos que sacrificam o singular pensando no plural: Se sentires indignação por qualquer injustiça cometida, em qualquer parte do mundo, então somos companheiros!” Ernesto Guevara “Chê”.
Escrito por Vanderson Rodermel - Jornalista - SC 02776-JP
Atualmente é Diretor de Cultura da União Catarinense dos Estudantes - Gestão 2007/2009.

Razão do existir...

Olá a todos que acompanham este meu novo blog. Espero que possam ter momento de real prazer ao ler meus textos, indicando assim a contemplação de muitos dos anseios que permeiam a sociedade brasileira.
Decidí criar este blog por pensar ser necessário um espaço em que pudesse defender meus pontos de vida, que também o é de muitos jovens brasileiros que constróem o movimento estudantil. Este espaço também vem a calhar num momento em que o movimento estudantil passa por maus momentos, em que muitas pessoas, representando setores reacionários que atrasam o desenvolvimento do Brasil, atacam os movimentos sociais, em específico o movimento estudantil (ME), tentando assim desqualificar e criminalizar suas ações.
Então espero que esse blog seja um símbolo de resistência ao conservadorismo neo-liberal da elite burguesa, e que possa contribuir na construção de um novo pensamento, mais avançado, democrático e libertário!
Saudações Estudantis!